terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre decisões, livros e o apelido

Decidir é uma coisa complicada. Pra mim, principalmente - tenho dificuldades pra tomar qualquer tipo de decisão, mesmo que ela seja banal e não haja muita diferença entre escolher isto ou aquilo. Como se não bastasse, fiz amigos também indecisos. Indecisos a ponto de perder 40 minutos (ou mais) discutindo dentro do carro onde vamos jantar - pra acabarmos comendo no Subway, como de costume. Por sorte, temos a Tapioca e o Marcelo que tornam nossa vida mais simples, decidindo sugerindo pra gente o que fazer.


Pois bem, o dilema atual é o dos livros. No primeiro ano, eu tinha que escolher um atlas de Anatomia pra adotar e comprar, entre o Netter, o Prometheus ou o Sobotta. Sem saber qual comprar, resolvi ir levando como desse até descobrir a qual eu me adaptava melhor. Descobri que o Prometheus é bom, o Netter é suficiente e o Sobotta é confuso (eu nunca achava o que eu queria). E descobri que não precisava realmente de um atlas de Anatomia - naquele tempo, eu ainda contava com minha memória fotográfica. Comprei um Moore, já que meu fraco era mesmo a teoria, e ir e vir da biblioteca com ele não era nada agradável. Usei pouco, é verdade, mas achei que me foi útil.

No segundo ano, eu precisava escolher um livro de Fisiologia.: Berne, Guyton ou Margarida. Adiei a compra novamente, porque alguns módulos da Fisiologia eram melhor explicados em um, outros em outro. Usei a biblioteca, peguei livro emprestado, tirei xerox, me virei. E não comprei, também. Mas descobri que, se eu fosse comprar um, eu compraria o Berne. Achei mais didático, menos enrolado e chato e confuso que os outros (o Guyton me fazia desistir nas primeiras linhas, o Margarida me cansava e confundia mais que esclarecia).

Agora, é a vez de escolher um livro pra Clínica Médica: Cecil, Harrison ou Lopes. Escolha mais difícil, porque são livros que vão me acompanhar por mais tempo, o que me pressiona a escolher bem (e quando se paga quinhentos reais em um livro, não se pode dar o luxo de arrependimentos). Mas e se o Lopes não tiver tudo o que eu preciso? E se o Cecil for muito pesado pra mim? E se o Harrison for confuso e cansativo? Ai, não sei!
Perguntei pra algumas pessoas a impressão delas sobre os livros, e quando a Bê me disse que ainda não usou o Cecil "mas o Vô gosta", eu pensei que o Vô não é parâmetro - o jeito dele de aprender é muito diferente do meu. Mas aí pensei que a Bê e a Tapioca e o Salsa e o Sabão e todos os que eu consultei também aprendem de forma bem diferente da minha. Porque eu nem sei, na verdade, como é que eu aprendo. Meu jeito de estudar é esquisito e nem sempre funciona - por isso, aliás, é que eu sou a Alt.

Parênteses.

Pra quem não sabe, repito a longa história (que o Kalango cansou de ouvir): meu apelido surgiu na minha primeira conversa com meu veterano, quando ele decidiu me adotar. Ele disse que não teria muito material de estudo pra me disponibilizar, e eu disse que não tinha problema porque meu método de estudo nunca foi muito ortodoxo, mesmo.

-Então, você estuda de maneira alternativa?

No dia seguinte, eu estava batizada: "Não pensei em nada mais criativo, então vou te chamar de Alt mesmo. De Alternativa.". Não achei muito legal, no início (especialmente quando tinha que explicar pra todo mundo a história toda), mas vesti a camisa, logo me acostumei e gosto muito. Criei até uma linhagem adorável, que inclui a mim, minha caloura Dell e minha caloura-neta Ctrl.

Fecha parênteses.

Voltando aos livros, bom mesmo foi na Patologia: o Robbins é o único livro realmente útil pra gente nessa matéria, e a gente usa bastante (ainda que ele fale demais e diga de menos, e me deixe cansada), então eu comprei. Ou na Farmacologia, em que eles indicam o Rang pro 2º ano e o Goodman pro 3º. Aí eu não tenho que decidir, olha que legal!

Falando em decidir, preciso voltar ao meu dilema... E aí, Cecil, Harrison ou Lopes?

P.S.: eu já vinha me sentindo uma criatura sugada até os ossos pela Medicina, uma vez que boa parte das minhas conversas tem a ver com a faculdade (o que até dá pra entender, já que isso é a maior parte do que eu vivo atualmente). Mas fazer um post citando Robbins, Berne, Sobotta e Cecil foi o ápice!

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