domingo, 24 de maio de 2009

Sobre mim

"Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua."
(Martha Medeiros)

***

Rendi-me, afinal, ao Twitter. Mas não pergunte por quê!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sobre praticidade

A Mari (de Bariri) sempre usava bolsa (dessas de ombro. À tiracolo, chama?) pra ir pro cursinho, e carregava as apostilas na mão. Aí um dia ela ia dormir na casa de alguém, então levou uma mochila com o material e outros pertences pessoais:
-Ué, Mari, veio de mochila hoje?
-É, é que eu vou dormir na casa de Fulana, então ficava mais fácil assim. Mas acho que vou usar mochila todo dia agora!
-Gostou, foi?
-Ah, é tão prático!! É bom carregar tudo e ainda ter as duas mãos livres!

Achei engraçado, na ocasião, ela ter demorado quase 20 anos pra descobrir a praticidade da mochila, da qual eu sou adepta desde sempre. Claro que já tentei a combinação bolsa-fichário (e mesmo nesse caso, minha bolsa era estilo mochilinha), mas assim que comecei a usar transporte coletivo com frequência, constatei que o esforço de equilibrar-se com as mãos ocupadas é totalmente dispensável. Claro que mochila não é um acessório elegante, mas ninguém aqui está dizendo que você tem que ir de mochila a um casamento. Estou falando de praticidade, e eliminar as pequenas complicações ajuda um bocado no cotidiano (de um estudante, pelo menos). Além disso, acho demais os executivos na Paulista vestidos de social e usando mochila. O máximo!

A propósito, quase não vejo mais aquelas latas de 250mL de refrigerante que foram lançadas um tempo atrás pela Coca-Cola. Tão boas! É difícil eu comprar refrigerante em lata, porque sempre acho que 350mL é muita coisa, e fiquei feliz quando lançaram a menorzinha. Mas agora só encontro na padaria aqui perto de casa (que também tem aquelas garrafinhas de vidro de 200mL, melhores ainda!).

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sobre colo

"I have found my home here in your arms
Nowhere else on earth I'd really rather be
(...)
And when I hold you, babe, babe
Feels like maybe
Things will be alright
"
(Only yesterday - The Carpenters)

Eu quero muito um abraço agora. Não exatamente um abraço, na verdade. Quero me aninhar nos braços de alguém, e me sentir acalentada e protegida. Adormecer gostosamente, sentindo um calorzinho no peito que me dá a certeza de que aqui eu estou bem e as preocupações são vãs. Deixa o mundo girar frenético, na sua insanidade diária! Deixa eles acabarem com as suas vidas desse modo robótico e frio... Aqui, nestes braços, eu sei que tudo vai ficar bem.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sobre pentelhice e medo

-Oi, mãe!
-Oi!
-Tudo bem?
-Tudo, e você?
-Tudo bem.
-Tá fazendo o quê?
-Tô jantando no Subway com o pessoal.
-Mas você tá viciada, hein?!
-Ah, a Tapioca chamou e eu aceitei. Mas roubaram meu cookie, mãe!
-Mesmo?
-É, ele estava aqui na minha frente, alguém pegou e eu não sei quem foi.
-Ah, foi o Marcelo!

Oo
hahahahahahaha
Nem a minha mãe perdoa!!! Justo ela que sempre diz que eu não devo ficar enchendo (muito) o saco das pessoas!
E eu me lembro de encher (muuuuito) o saco do Rubens - que saudade! - e fico me perguntando como certas pessoas me aguentam. Mas aí vem a resposta do Marcelo: "Não aguento, Alt. Você começa a falar e eu: puf";P
Aí eu lembro que, atrás da minha camiseta de formatura do Ensino Médio, está escrito: "Ô-Lívia Pentelha". Não há de ter sido à toa!

***

Às vezes eu queria ser menos medrosa.
Queria que as coisas na minha vida fossem menos ideia e mais ação. Pensar menos, fazer mais (O que não significa, em absoluto, deixar de pensar). Ser menos pessimista, menos relutante, menos fechada... menos medrosa, não foi o que eu disse?
Mas... sei lá!

"Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
(...)
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
(...)
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
(...)
Medo que dá medo do medo que dá"
(Miedo - Lenine)