sábado, 29 de novembro de 2008

Sobre antigas criações

Acabei de encontrar esse texto, numa gaveta, entre algumas coisas que eu guardava do 2º colegial. Escrevi-o há mais de quatro anos - em 08 de maio de 2004, mais precisamente - quando a professora de português (Helena, muito querida!) nos apresentou um texto de Alan Lightman e pediu que fizéssemos um nos mesmos moldes. Bem, eu raramente fazia quaisquer tarefas, incluindo redações, mas essa foi uma de minhas inspiradas exceções. Aliás, tenho mais algumas delas guardadas e penso em ressuscitá-las também...

***

Uma cadeira de balanço. Um senhor inclinado para o toca-discos, imerso em lembranças da juventude. Raios de sol penetrando a escura sala e o frio coração de um solitário. Alguns amigos, um reencontro e o brilho dos olhos. O chiado das folhas das árvores chacoalhadas pelo vento. Um velho bicho de pelúcia sobre a cama, com o ar de quem já compartilhou dos sofrimentos e alegrias da jovem apaixonada. Um cãozinho entretido com a borboleta azul. O aroma familiar da comida da mãe invadindo os pulmões e o coração dos filhos que retornam à casa. Um botão de rosa. O silêncio interrompido apenas pelo ruído do lápis no papel e pelo palpitar do coração do jovem escritor. A espera ansiosa pelo amanhã. O desespero de uma mulher traída. O toque suave de mãos femininas acariciando o homem amado. Um gato estirado ao sol num dia de inverno. O tempo, implacável, voando veloz e incessantemente. A descoberta da cura, um sorriso de alívio. Um grito na noite. Os olhos de uma idosa, que revelam mágoas, alegrias, força e a convicção de que sempre há mais a ser aprendido. Libélulas brincando sobre um lago sereno. Uma criança com medo. Uma prece. Crianças atentas aos sábios ensinamentos do professor, que leciona com amor. Um bebê adormecido. Gargalhadas na cozinha de uma família feliz. A viagem dos sonhos. Lágrimas contidas, pela ausência do ente querido. O milagre da vida. A luz avermelhada do sol poente sobre um casal comum. Anjos colorindo a manhã. O cuidado da mãe com seus filhotes. Cortinas ao vento. Uma bolha de sabão.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sobre a separação

"Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente"
(Soneto de Separação - Vinícius de Moraes)


"
Eu tenho muito medo de as nossas vidas ficarem tão diferentes que a gente não tenha mais o que conversar. Medo de que a gente pare de se procurar. Medo de um dia me dar conta de que a gente não tá mais junto"
(em conversa com a Vones)

Num post antigo,eu comentei um medo que eu tinha de esquecer das pessoas que eu amo. Hoje eu estou certa de que não vou esquecê-las, mas me deparo com uma nova agonia: o medo da separação. Não da separação abrupta, que deixa abertas feridas ardentes de tanto sentimento. Da separação morna, que vai esfriando, esfriando, e daí um dia, de repente, você nota que ela já aconteceu.
Não sei se a distância, ou o tempo, ou a vida fazem as coisas serem assim. Não sei por que essa separação acontece com algumas pessoas e não com outras. Só sei que não devia ser assim.
É triste perceber que amores e amizades podem estar se tornando meras lembranças. É triste pensar que relações aparentemente sólidas se desmancham e escorrem por entre os dedos. É triste notar que os rostos do presente podem virar rostos do passado.
Eu luto contra isso, eu tento lutar. Mas às vezes parece que sou tão fraca frente à força dos acontecimentos...

sábado, 22 de novembro de 2008

Sobre os besouros/ETs

Uma rapidinha:
os bichinhos voadores marrons crocantes voltaram, e suspeito que não sejam mesmo ETs. Tampouco cupins, Dani! São besourinhos mesmo, mais ou menos como este: