segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sobre o ciúme

Dorme o céu à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: meu ciúme

O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferindo justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta

Velho Chico, vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só eu, só, eu só, eu

Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo, ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê?

Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas estendidas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme.
(O Ciúme - Caetano Veloso)
***

Pra variar, não soube escrever o que queria, o que pensava. Não sei mais, acho.
Andei remexendo pensamentos e, principalmente, sentimentos antigos (e que, afinal, ainda são bastante atuais), e desta vez não consegui descrevê-los tamanha a falta de sentido deles. Caetano me caiu bem, é claro.