quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sobre o sonho

Esta noite eu tive um sonho bom, com acontecimentos felizes - e, estranhamente, acordei com vontade de chorar. Ah, saudade, saudade, saudade...

***

Um monte de gente em um lugar aberto, parecia uma assembleia ou algo assim. Algumas pessoas cantavam uma música meio ao longe, e então eu soube que era um evento do pessoal da PUC - ainda que o lugar me lembrasse o campus da USP em Ribeirão Preto. Sentei-me, em uma das muitíssima cadeiras na grama. Logo, eu vi que em uma das cadeiras atrás de mim estava ele - com aquela blusa esverdeada e sua cara de bom moço. Nos vimos, nos falamos, nos abraçamos, sorrimos. Eu olhava pra ele, e tocava seus ombros pra me certificar de que ele estava mesmo ali. Ah, como eu estava feliz em revê-lo!


Depois de sentarmo-nos novamente pra assistir ao que estava acontecendo naquela assembleia/palestra/whatever, eu lembrei:

- Eu estou te devendo...
- O meu abraço de aniversário!

Eu sorri, e ele estendeu os braços.
Um longo abraço. Eu o abraçava com uma espécie desespero, como que para não perdê-lo nunca mais:

"Muitas, muitas felicidades pra você, sempre.

Eu amo você...
pra sempre!

Eu tive muito medo - eu ainda tenho - de não te ver nunca mais, desse distanciamento não ter mais volta..."


Dito o que eu precisava dizer há muito tempo, eu o abracei mais forte - e, quando acabou, ele me olhou com seu olhar paciente e confortante, como quem diz que eu não precisava me preocupar: ele estava ali como se sempre tivesse estado.

Saímos, encontramos outras pessoas, conversamos mais. E concordamos: algo, sei lá, na conversa tinha mudado - mas é que o tempo passa, a vida de cada um vai mudando, e era natural que as coisas não fossem exatamente como antes. Eu me sentia bem na sua companhia, como sempre, e era isso que importava.

"Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã...
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã...
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol"

(Nada será como antes - Milton Nascimento/ Ronaldo Bastos)