segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sobre os medos de sempre

Dorothy encontra o Leão Covarde


Esquisito este medo que eu tenho, essa insegurança. Uma insegurança que parece fazer parte de mim tanto quanto meus pés ou minha língua. Mesmo que não haja razões, mesmo que não haja sentido. É só ficar um pouco quietinha e prestar atenção, e lá está. Como um sopro cardíaco.

E algumas vezes as coisas vão indo bem, e eu fico tão bem na maior parte do tempo que até acho que a insegurança acabou. Mas é só parar um pouco e vem, lá no fundo, uma pontinha de medo, um quê de angústia que eu não sei explicar ou mesmo entender. É ela, me dizendo baixinho pra desconfiar da bonança.
E minha auto-estima, que nem sempre escolhe bem suas companhias, costuma ser vista de mãos dadas com ela, cambaleando, acreditando em seus conselhos...

[provavelmente a insegurança não vai sumir sozinha só porque eu a ignoro na maior parte do tempo. Talvez enfrentá-la seja o jeito de enfraquecê-la - até acordar um dia e ver que ela enfraqueceu tanto a ponto de não estar mais lá, ou de sua presença não me assustar mais (que no es lo mismo, pero es igual)]


***


Chegar perto do ponto onde as coisas começa(ra)m a desandar, e sentir de leve aquela palpitação que me dá vontade de dar um passo atrás - ou muitos, até sumir de novo dentro do meu próprio mundo. Aquela sensação de que as coisas estão indo rápido demais, mesmo quando não estão... É que eu nunca mergulhei tão fundo, e tenho medo de ficar sem ar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, como eu conheço isso. Esses ataques de pânico irracionais nessas situações.
É vizïnia... Ou a gente encara ou a gente foge. Mas sabe? Eu cansei de fugir, mesmo que o resultado seja ruim. Mas todo dia eu tenho que puxar coragem do fundinho da gaveta...