terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sobre injustiça

Quando a gente leva uma vida confortável, muitas vezes não enxerga a dimensão de certos problemas que julgamos "alheios". Às vezes eles estão bem na nossa frente, mas a gente se habitua a não olhar pra eles por acreditar que eles não condizem com nossa realidade.
Eu sei que o mundo e as pessoas estão cheios de problemas, mas cada vez que me dou conta de que eles estão muito próximos de mim e, ao mesmo tempo, abissalmente distantes, eu levo um choque. Repensei todos os milhões de injustiças que acontecem todos os dias há bem pouco tempo, por causa de um acontecimento aparentemente banal que me cruzou o caminho.
Explico-me: na quinta-feira, enquanto esperava pra embarcar no ônibus pra São Paulo, o rapaz à minha frente apresentou a passagem ao motorista, que disse, apontando pra passagem: "O senhor tem que preencher aqui antes de entrar". O rapaz foi um pouco para o lado, saindo da fila, mas continuou olhando pro motorista com um ar meio vago, sem saber direito o que fazer. Ele, claramente, não sabia escrever. Logo o próprio motorista foi ajudá-lo, e depois as pessoas continuaram embarcando normalmente - a maioria sem nem saber o que aconteceu naquele breve instante. Eu sentei em meu lugar, ajeitei minhas coisas e tal... mas a expressão do homem não me saía da cabeça, junto com um bocado de questionamentos e inconformidade. Perceber que existem milhões de pessoas que passam por mim todos os dias que não conseguem nem escrever o próprio nome foi assustador, por mais que eu já soubesse disso.

4 comentários:

Alvaro Rosa disse...

Sim, sim, sim...
A realidade a nossa volta é cercada por fatos como este que muitas vezes nos passam desapercebidos...
Me arrepia saber que enquanto alguns levam vidas cheia de riquezas e futilidades, outros muitos não tenham nem aprendido a escrever o próprio nome. Me entristece pensar que um país como o Brasil, cheio de riquezas naturais, de vida seja tão atrasado ao ponto de ter uma grande parte de sua população levando vidas indignas de um ser humano.

João Pedro disse...

O mundo está cheio d injustiças e eu não me lembro ter, qnd preenchi meu contrato pra nascer, visto alguma clausila falanto q o mundo seria justo.

Infelizmente, a minoria consciente é incapaz d fazer algo para mudar isso, uma pessoa, 10 pessoas, 100 pessoas não são ninguém em um país com 180 milhões. Então cabe a nós tentarmos, pelo menos, conscientizar nossos amigos, familia e pessoas próximas.

Já diria Axl Rose:

Welcome to the jungle
We take it day by day
If you want it you're gonna bleed
But it's the price you pay

Anônimo disse...

Querida por mais que sabemos que existe fome, miséria e um monte de outras coisas ruins, presenciá-las e vivenciá-las é bem diferente de ter uma breve noção, entende, quando sabemos de uma noticia não sentimos o real impacto do que aquilo é capaz de causar, mas Lí meu amor, olha só como as coisas são, muitos de nós nos fechamos a esses problemas, quantos embarcaram no ônibus e nem se deram conta do fato ocorrido, vc notou pq é uma pessoa aberta a tudo, diferente de muitas pessoas que se isolam e se fecham aos problemas do mundo. não sei o que dizer amor, me choco todas as vezes que saio de casa, enfim... estamos aqui pra talvez, ao menos, tentar mudar um pouco isso né

João Pedro disse...

Dedique 10 minutinhos (nem isso) do seu tempo para ler meu texto novo

http://vintelados.blogspot.com/

Se trata das profecias Maias, é fantástico e assustador.