No saguão do hotel, já vimos meia dúzia de brasileiros de verde-e-amarelo, se preparando pra ver o jogo Brasil x Holanda e curtir sua histeria juntos. Sentimos um pouco de vergonha alheia, e nos esforçamos pra atravessar o saguão sem que nossa nacionalidade fosse identificada por nossos compatriotas. Brasileiro tem mania de achar que, só porque vocês são do mesmo país, são obrigatoriamente amigos de infância. Não, querido, eu não sou seu amigo, eu nunca te vi e não vou participar disso e deixar os transeuntes pensando que brasileiro é tudo retardado. É, eu sou antissocial. Mas prometo que vou tentar ser menos preconceituosa.
À noite, fomos ver um concerto no palácio Auersperg, muito bonitos (o concerto e o local). Eu não entendo nada de música, mas eu sei que era lindo de se ouvir, isso me basta. Depois fomos pra um jantar com comida típica mediana e garçonetes a caráter e mal-humoradas. Durante o jantar, dois caras tocavam músicas típicas da Áustria e dos países de origem dos turistas presentes. Tocaram um bocado de boleros mexicanos, alguns tangos argentinos e, quando alguém pediu uma brasileira, eles tocaram Aquarela do Brasil, é claro (que todo mundo conhece mas, no fundo, ninguém sabe cantar). Pediram mais, e eu desconfiei que os caras não soubessem. Ah, não, sempre tem também Garota de Ipanema pra poupar esse constrangimento. Mas não peçam mais que isso. Aliás, sugiro que não peçam nem isso - os boleros e tangos e pasodobles estavam bem mais divertidos.
No ônibus de volta, colocaram um CD com músicas supostamente lat(r)inas, pra agradar os turistas. Aí tinha um bocado de reggaeton, e de repente começou algo brega, em português. Português de Portugal, mas era português, uai. Qual não foi nossa surpresa ao constatar o que diziam os versos da canção:
"Eu gosto de mamar nos peitos da cabritinha
Mamo a hora que eu quero, porque a cabrita é minha"
(A Cabritinha - Quim Barreiros)
No dia seguinte, fomos conhecer os belos jardins do palácio Belvedere e o Palácio Schöbrunn - que tem jardins mais bonitos ainda e foi residência da
O que me decepcionou mesmo em Viena foi o Danúbio. Eu imaginava que ele era lindo como o Sena, só que azul
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