terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sobre lugares marcados

Durante minhas incontáveis (li)viagens de ônibus (no trajeto Ribeirão-São Paulo, principalmente), já cansei de ver pessoas sentando em lugares que não compraram. Alguns por engano mesmo, normal. Muitos, pela velha Lei de Gérson ("Gosta de levar vantagem em tudo, certo?") - resultando na cena já usual: o sujeito chega e se senta confortavelmente à janela e, logo mais, o constrangido 'dono' do lugar chega e, sutilmente, indica que há um equívoco, ao que o 'esperto' responde com uma cara cínica e uma troca de lugar. Acho, sinceramente, o constrangimento desnecessário e evitável, com um pouco de educação.
Primeiramente: se você quer sentar perto da janela, compre um assento perto da janela (eles custam o mesmo, fikdik, mas em geral é preciso comprar com um pouco mais de antecedência). Não deu? Fique no lugar que você comprou e, depois que o 'dono' do lugar chegar, peça gentilmente pra trocar e explique a razão (náuseas, um amigo sentado ao lado, sei lá). E, se ele não quiser, paciência - é direito dele.
Quando os cinemas de São Paulo começaram a vender ingressos com lugares marcados, li algo sobre as pessoas desrespeitarem as marcações. A matéria em questão mencionava como o sistema funcionava bem, por exemplo, na Alemanha, onde as pessoas permaneciam em seus lugares mesmo que o cinema estivesse vazio e houvesse, eventualmente, um lugar que parecesse melhor do que o que lhes cabia. Eu não acho que seja necessário ser tão radical, e não sou o tipo de pessoa que advoga a superioridade anglo-europeia sobre a cultura brasileira, não mesmo. Digo mais: os europeus ainda têm muito o que aprender conosco - em matéria de amabilidade e até higiene, entre outras coisas. Mas essa cultura de respeito e disciplina (obtida à custa de educação e mesmo fiscalização efetiva e punição, em certos casos), despida de 'jeitinhos', é algo que ainda falta a muitos de nós, infelizmente.

(Mas não troco isto aqui, com todos os defeitos, por lugar nenhum! prontofalei)