segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Sobre impulsos

"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Ah, bruta flor do querer!
Ah, bruta flor, bruta flor..."
(O quereres -
Caetano Veloso)

[Le coup au cœur - René Magritte]


"Bem ou mal
Tudo se mistura
Tudo é natural
Prazer e tortura juntos"

(Bem ou mal -
Vânia Abreu)

De repente, você repara que está fazendo tudo exatamente do jeito errado. E não porque seja inocente ou incauta: pensou milhões de vezes sobre o que fazer, e não encontrou muitas respostas, mas acabou sabendo perfeitamente o que não devia ser feito.
E aí está você, ainda presa nessa velha história mal-resolvida, e cada dia mais fundo. Procurando corda pra se enforcar. Provocando situações e reações que, racionalmente, sabe que devem ser inibidas; minando relações que quer, a todo custo, preservar. E isso tudo pelo simples motivo de deixar acontecer, de ver até onde essa história chega - esperando ansiosa e inconsequentemente pelo clímax, mesmo sabendo que ele pode ser o final. Tudo por puro... instinto.

Pergunto-me até quando isso vai durar e onde é que vai parar, quando a resposta é uma só e aparentemente muito simples: quando eu quiser.

Como se fosse fácil assim.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sobre o cansaço, e mais

Às vezes dá vontade de simplesmente ficar na minha - nada mais de ficar ligando pra cá e pra lá e ajeitando horários e pensando em programas pra encontrar os amigos. Não porque eles tenham me chateado, irritado, enjoado... Tampouco porque tenha que usar meu tempo e criatividade pra pensar em propostas e convites e ficar enviando e-mails e mensagens - isso eu faço com o maior prazer. Mas porque depois de tantos furos, tantos migués, tantos encontros que não deram certo, tem hora que eu também canso.
Mas passa.

***

Eu tinha pensado em mais umas oito músicas pra colocar aqui, que eu tinha esquecido por pura pressa. Mas agora elas já não parecem tão importantes, com exceção de uma:

"E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado
O velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena
Mas você não vale a pena"
(Não vale a pena - J. e P. Garfunkel)

É bem provável que, futuramente, eu volte e coloque as outras sete e mais algumas até. Mas, por enquanto, a Maria Rita me basta.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sobre o Repeat Mode

Às vezes eu acho que minha vida está em Repeat Mode: ON.
E, nessa situação, rondam minha cabeça muitas, muitas músicas. Algumas que também estão no repeat há muito tempo, aparecendo de novo e de novo com muitos sentimentos. E outras que, ouvidas novamente, ganharam um sentido novo que se aplica a situações já antigas (e quem sabe persistentes).
Compilo aqui os pedaços mais significativos, no momento, com os links de vídeos pra dar uma dimensão da emoção que as músicas e interpretações transmitem.

"Você me tem fácil demais
E não parece capaz
De cuidar do que possui"
(Nada por mim - Herbert Vianna/Paula Toller)

"Me diz por onde você me prende
Por onde foge
E o que pretende de mim"
(Acontecimentos - Marina Lima/Antonio Cicero)

"Quem sou eu para falar de amor
Se o amor me consumiu até a espinha? (...)
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida e me deixou assim"
(Tango de Nanci - Chico Buarque/Edu Lobo)

"Não quero nada
Essa estrada eu já sei aonde vai dar
Vai dar em nada,
Não quero ir, nem voltar"
(Nem bem acordo - Zeca Baleiro)

"Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos"
(Retrato em branco-e-preto - Chico Buarque/Tom Jobim)

"It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me
You, you, you oughta know"
(You oughta know - Alanis Morissette/Glen Ballard)

"Enfim, passeia tua boca em mim
Até me calar"
(Melhor lugar - Jorge Vercillo)

"Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nesta vida tão louca?
Mais um palhaço no teu Carnaval"
(Tema de amor de Gabriela - Tom Jobim)