segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sobre o não-texto

Hoje queria escrever aqui, e tinha um bocado de ideias pra isso. Mas elas foram todas se esgotando na medida em que o texto travava entre meus dedos, e os olhos reprovavam o texto banal, quadrado e mal-acabado.
Aí lembrei de palavras rabiscadas em uma folha de borda azul, na noite de ontem - palavras que saíram naturalmente, sem pensar, porque tinham que sair, porque eu não parava de pensar nelas e, pensando tanto, meus estudos e meu possível sono ficariam ainda mais prejudicados. Texto natural e sincero, que talvez não seja tecnicamente muito bom, mas é bom porque sou eu em cada sílaba, em cada pausa. Minha caligrafia mal escrita, minhas palavras mal pensadas, meus sentimentos mal resolvidos.
Mas não cabem aqui, ainda não. Já tive coragem, esculpida duramente ao longo do tempo, pra assumi-los e enfrentá-los, mas ainda não o suficiente para expô-los.
Então sobrou só um texto vazio. =/

domingo, 7 de junho de 2009

Sobre romantismo

"Só você sabe à custa de que sacrifícios; no íntimo sou frágil, incerta, descontrolada."
(Clarice Lispector, sobre sua aparência segura, em carta a Fernando Sabino)

Todo mundo sabe que eu não tenho a menor paciência pro nhenhenhém que costuma permear as relações amorosas (ou coisa que o valha). Não mesmo. Daí, quando a Camila me perguntou se eu me achava romântica, eu nem pensei duas vezes: "Não!". Afinal, o clima água-com-açúcar nunca me agradou - a romântica da turma é oficialmente a Cindy, enquanto eu sempre fiz mais o gênero mulher-forte-segura-inteligente-independente-etc-e-tal. Feminista, feministíssima, não dá pra negar.
Mas aí a Giu veio me lembrar das nossas sessões noturnas de terapia online, e das confissões e reflexões sentimentais que sempre fazemos juntas (e que inclusive foram tema de boa parte da nossa conversa naquele dia, as always), das músicas entoadas dramaticamente e das conversas intermináveis para contar e interpretar todas as histórias de relacionamento possíveis, concretas ou não. Tudo isso coroado por um: "Ah, e vem dizer que não é romântica? Claro que é!". E eu simplesmente não tive como discordar.
Até acrescentei, dizendo dos planos de formar uma família, das crenças sobre amor, cumplicidade, lealdade, dos inúmeros medos e incertezas... E descobri que, no fundo, também sou uma mulherzinha (Oh, holy shit!). Com limites, claro (ah, bom!), e muitíssimo bem disfarçada sob a minha (não tão) sólida armadura de valquíria.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Twitter vs. Blog

Bem, acho que vou ter que responder aos comentários do post anterior.
Vamos lá... por quê? Sinceramente ainda não sei. Andei bisbilhotando twitters alheios recentemente, e pensando em fazer um, mas logo mudava de ideia. Até que um dia não mudei, e fiz! Mas não tinha objetivo nenhum em mente quando o fiz. Simplesmente fiz.
Ainda estou me acostumando com ele, e não vou dizer que é algo suuuuper legal (pelo menos até agora). Mas me mantém relativamente informada sobre a cultura inútil que circula por aí, e me permite alguns desabafos sem precisar de inspiração como no blog. Obviamente é mais uma fonte de motivos para não estudar (shame on me!).
Mas, fique claro, não penso em trocar o blog pelo twitter de jeito nenhum! Como já mencionei, o twitter é mais pra trocar cultura inútil e fazer desabafos superficiais. No blogue me permito viajar mais - e agora é que me dei conta: o blog e o fotolog são 'liviagens', enquanto o twitter é simplesmente 'liviaces'. A coincidência não foi pensada, mas é bem pertinente.