Quando a gente leva uma vida confortável, muitas vezes não enxerga a dimensão de certos problemas que julgamos "alheios". Às vezes eles estão bem na nossa frente, mas a gente se habitua a não olhar pra eles por acreditar que eles não condizem com nossa realidade.
Eu sei que o mundo e as pessoas estão cheios de problemas, mas cada vez que me dou conta de que eles estão muito próximos de mim e, ao mesmo tempo, abissalmente distantes, eu levo um choque. Repensei todos os milhões de injustiças que acontecem todos os dias há bem pouco tempo, por causa de um acontecimento aparentemente banal que me cruzou o caminho.
Explico-me: na quinta-feira, enquanto esperava pra embarcar no ônibus pra São Paulo, o rapaz à minha frente apresentou a passagem ao motorista, que disse, apontando pra passagem: "O senhor tem que preencher aqui antes de entrar". O rapaz foi um pouco para o lado, saindo da fila, mas continuou olhando pro motorista com um ar meio vago, sem saber direito o que fazer. Ele, claramente, não sabia escrever. Logo o próprio motorista foi ajudá-lo, e depois as pessoas continuaram embarcando normalmente - a maioria sem nem saber o que aconteceu naquele breve instante. Eu sentei em meu lugar, ajeitei minhas coisas e tal... mas a expressão do homem não me saía da cabeça, junto com um bocado de questionamentos e inconformidade. Perceber que existem milhões de pessoas que passam por mim todos os dias que não conseguem nem escrever o próprio nome foi assustador, por mais que eu já soubesse disso.
Eu sei que o mundo e as pessoas estão cheios de problemas, mas cada vez que me dou conta de que eles estão muito próximos de mim e, ao mesmo tempo, abissalmente distantes, eu levo um choque. Repensei todos os milhões de injustiças que acontecem todos os dias há bem pouco tempo, por causa de um acontecimento aparentemente banal que me cruzou o caminho.
Explico-me: na quinta-feira, enquanto esperava pra embarcar no ônibus pra São Paulo, o rapaz à minha frente apresentou a passagem ao motorista, que disse, apontando pra passagem: "O senhor tem que preencher aqui antes de entrar". O rapaz foi um pouco para o lado, saindo da fila, mas continuou olhando pro motorista com um ar meio vago, sem saber direito o que fazer. Ele, claramente, não sabia escrever. Logo o próprio motorista foi ajudá-lo, e depois as pessoas continuaram embarcando normalmente - a maioria sem nem saber o que aconteceu naquele breve instante. Eu sentei em meu lugar, ajeitei minhas coisas e tal... mas a expressão do homem não me saía da cabeça, junto com um bocado de questionamentos e inconformidade. Perceber que existem milhões de pessoas que passam por mim todos os dias que não conseguem nem escrever o próprio nome foi assustador, por mais que eu já soubesse disso.